
Ter plantas no quarto é uma escolha que transforma o ambiente de forma sutil e poderosa. Quando penso nas melhores plantas para ter no quarto, não me limito apenas à estética ou à purificação do ar. Eu considero também o comportamento da planta à noite, sua interação com a luz natural, e até o impacto psicológico que ela pode provocar. Por isso, minhas escolhas são sempre guiadas por uma combinação de sensibilidade e estratégia.
Para começar, eu gosto muito da espada-de-são-jorge, mas não pelo motivo comum de que “ela purifica o ar”. O que me atrai é sua estrutura vertical e rígida, que cria uma sensação de ordem e proteção. Colocá-la ao lado da cabeceira, como se fosse uma sentinela silenciosa, me dá uma impressão de segurança. Além disso, ela tolera pouca luz e não exige regas frequentes, o que me permite mantê-la mesmo em quartos com janelas pequenas ou cortinas pesadas.
Em segundo lugar, eu incluiria o musgo de Java em um pequeno terrário de vidro. Embora seja mais conhecido em aquários, quando adaptado para um ambiente úmido e fechado, ele cria uma microfloresta que parece conter um mundo em miniatura. Eu gosto de posicionar esse terrário sobre a escrivaninha, porque ele me lembra que há beleza nos detalhes e que até o menor ecossistema pode ser fascinante. Além disso, o musgo não exige luz direta e praticamente se cuida sozinho.
Outra planta que eu valorizo muito é o clorofito, especialmente quando pendurado em suportes de macramê no canto do quarto. O que me encanta nele é o movimento: suas folhas arqueadas criam uma sensação de fluidez, como se o quarto estivesse respirando. E quando ele começa a produzir mudas pendentes, parece que está oferecendo pequenos presentes. Eu costumo deixar um abajur com luz quente próximo a ele, o que realça os tons verdes e cria uma atmosfera acolhedora à noite.
Por fim, eu não abro mão de ter uma begônia rex, mas não pela flor — e sim pelas folhas. Elas têm padrões que lembram tapeçarias antigas, com tons de vinho, prata e verde escuro. Eu a coloco sobre uma bandeja de madeira rústica, junto com livros e uma vela apagada, como se fosse parte de uma composição artística. A begônia exige um pouco mais de cuidado, mas eu gosto desse compromisso: regá-la com atenção me faz desacelerar e prestar atenção ao presente.
Se eu pudesse resumir, diria que as melhores plantas para ter no quarto são aquelas que não apenas sobrevivem ali, mas que dialogam com o espaço e com quem habita nele. Cada uma delas, à sua maneira, me ajuda a construir um refúgio que é ao mesmo tempo vivo, silencioso e cheio de significados. Se quiser, posso te ajudar a montar uma seleção personalizada para o seu quarto também.
Plantas no quarto fazem mal à saúde?
Não, plantas no quarto não fazem mal à saúde — e eu diria mais: elas podem até melhorar a qualidade do ambiente e do sono. A ideia de que plantas consomem oxigênio à noite e liberam gás carbônico, tornando o ar “impuro”, é um mito que já foi desmentido por especialistas em botânica e saúde pública. O consumo de oxigênio por uma planta é tão pequeno que não se compara ao de uma pessoa ou mesmo de um animal de estimação dormindo no mesmo espaço. Portanto, não há risco de “faltar ar” por causa delas.
Além disso, quando penso nas vantagens de ter plantas no quarto, eu considero o impacto que elas têm na umidade do ar. Durante o dia, enquanto fazem fotossíntese, elas liberam vapor de água, o que ajuda a manter o ambiente mais úmido — algo especialmente benéfico em épocas de clima seco ou para quem sofre com vias respiratórias sensíveis. Essa umidade extra pode aliviar sintomas como garganta seca ou congestão nasal, tornando o sono mais confortável.
Outro ponto que me atrai é o efeito psicológico das plantas. Elas criam uma atmosfera de acolhimento, diminuem a sensação de isolamento e até ajudam a reduzir o estresse. Algumas espécies, como lavanda ou jasmim, têm aromas naturais que podem induzir ao relaxamento e melhorar a qualidade do sono. Mesmo plantas sem perfume, como samambaias ou lírios-da-paz, contribuem com sua presença silenciosa e estética, tornando o quarto um refúgio mais agradável.
Fontes: G1 – Especialista explica sobre plantas no quartoCNN Brasil – Mito sobre gás carbônico das plantasTempo.com – Estudos sobre respiração vegetal e saúde
Quais plantas ajudam a dormir melhor?
Plantas que ajudam a dormir melhor não são apenas elementos decorativos — elas atuam diretamente sobre o sistema nervoso, o ambiente e até sobre a nossa percepção de tranquilidade. Quando escolho espécies para esse propósito, eu penso em como elas interagem com o corpo e com o espaço, seja pelo aroma, pela composição química ou pela atmosfera que criam.
Em primeiro lugar, eu sempre incluo a lavanda. Mais do que seu perfume agradável, ela libera compostos voláteis como o linalol, que têm efeito sedativo comprovado. Eu gosto de manter um pequeno vaso de lavanda próximo à cabeceira, onde o calor do corpo e da iluminação suave à noite ajudam a liberar seu aroma. Às vezes, corto algumas flores e coloco em uma tigela com água quente, criando uma espécie de difusor natural que perfuma o quarto sem precisar de eletrônicos.
Além da lavanda, eu valorizo muito a valeriana, mas não como planta ornamental — e sim como infusão. Suas raízes contêm ácido valerênico, que atua diretamente nos receptores GABA do cérebro, promovendo relaxamento profundo. Eu costumo preparar o chá cerca de uma hora antes de dormir, em silêncio, como parte de um ritual que já sinaliza ao corpo que é hora de desacelerar.
Outra planta que considero essencial é a melissa, também conhecida como erva-cidreira. Ela tem um efeito calmante mais suave, ideal para noites em que o corpo está cansado, mas a mente ainda está agitada. O chá de melissa, além de saboroso, pode ser combinado com camomila ou maracujá para potencializar o efeito. Eu gosto de cultivar melissa em pequenos vasos na janela, onde ela recebe luz indireta e cresce com facilidade.
Falando em maracujá, a passiflora — que é a flor da planta — também é uma excelente aliada do sono. Ela atua como relaxante muscular e tranquilizante, sendo especialmente útil em casos de ansiedade. Eu costumo preparar o chá com folhas frescas, mas também uso extratos em cápsulas quando preciso de algo mais concentrado. O curioso é que, mesmo sem consumir, ter a planta por perto já transmite uma sensação de calma, como se o ambiente estivesse mais leve.
Por fim, eu incluiria a camomila, não apenas pelo chá, mas pela presença física da planta. Suas flores delicadas, quando secas e espalhadas em saquinhos de tecido, podem ser colocadas dentro do travesseiro ou em gavetas próximas à cama. O aroma que exalam é sutil, mas constante, e cria uma atmosfera de acolhimento que favorece o sono.
Quais plantas não precisam de sol direto no quarto?
Plantas que não precisam de sol direto no quarto são verdadeiras aliadas para quem vive em ambientes com pouca iluminação natural. Eu gosto de pensar nelas como espécies que sabem se adaptar ao silêncio da sombra, sem perder a beleza ou a vitalidade. Quando escolho essas plantas, eu busco aquelas que não apenas sobrevivem em meia-luz, mas que também criam uma atmosfera acolhedora e viva no espaço íntimo do quarto.
Para começar, eu sempre recomendo a zamioculca. Ela tem folhas brilhantes e suculentas que parecem feitas de cera, e sua estrutura armazena água, o que significa que não exige regas frequentes. O que me atrai nela é a sua elegância discreta: colocada num canto mais escuro do quarto, ela parece uma escultura vegetal, resistente e silenciosa. Além disso, sua capacidade de crescer mesmo com luz indireta a torna perfeita para quem tem janelas pequenas ou cortinas densas.
Outra planta que eu gosto muito é a jiboia. Essa espécie pendente tem folhas em tons de verde que se adaptam bem à sombra, e quando colocada sobre uma prateleira alta, ela cria uma cascata natural que suaviza as linhas do ambiente. Eu costumo deixá-la próxima a livros ou objetos pessoais, como se estivesse entrelaçada à rotina. O solo precisa estar úmido, mas bem drenado, e ela responde bem a borrifadas ocasionais.
Além dessas, eu incluiria a espada-de-são-jorge, que é quase uma planta de personalidade. Suas folhas rígidas e verticais criam uma sensação de ordem e proteção, e ela tolera ambientes com pouquíssima luz. Eu gosto de posicioná-la ao lado da cama, como se fosse uma guardiã silenciosa. Ela também tem fama de repelir energias negativas, o que adiciona uma camada simbólica interessante ao espaço.
Se o objetivo é trazer um toque ornamental mais delicado, eu sugiro a calatéia-pena-de-pavão. Suas folhas são desenhadas como se fossem bordadas, com padrões que lembram penas. Ela não tolera sol direto, mas exige umidade constante — por isso, eu costumo borrifar suas folhas com água filtrada, criando um pequeno ritual de cuidado. Colocá-la sobre uma bandeja de cerâmica com pedrinhas úmidas ajuda a manter o microclima ideal.
Por fim, eu gosto de usar a peperomia raindrop, que tem folhas em formato de coração e se adapta bem à luz difusa. Ela funciona muito bem sobre mesas de canto ou aparadores, e sua presença é discreta, mas charmosa. Regas regulares e um ambiente arejado são suficientes para mantê-la saudável.

Eu sou Guel Vieira, curador e analista de design de interiores. Há 5 anos, dedico-me a pesquisar, comparar e sintetizar as melhores soluções de decoração temática. Meu foco é fornecer análises honestas e embasadas para transformar seus ambientes em espaços únicos e funcionais, com a máxima credibilidade e zero achismo.


